Previdência Privada: uma explicação

AJUDANDO AS PESSOAS A PLANEJAREM O FUTURO.
Ainda que o tema seja alvo de debate constante na mídia, o que se vê na prática é que falta um entendimento mais amplo sobre o papel da Previdência Complementar no planejamento financeiro das pessoas.

Talvez o erro comece pela falta de entendimento do seu objetivo. Quando alguém contribui para a Previdência Complementar, o que está procurando é garantir a preservação do padrão de vida que tinha enquanto ainda estava na ativa após se aposentar.

Preservação de padrão de vida
Este é um ponto importante, pois para muitas pessoas o termo `complementar` parece sugerir que o seu objetivo seja o de garantir um padrão de vida maior do que aquele que se possui no momento. Este erro no entendimento faz com que muitos vejam a Previdência Complementar como algo que seria bom ter, mas não necessariamente fundamental.

E não é assim, sobretudo se considerar que são raros os casos dos que conseguem manter seu padrão de vida na aposentadoria contando apenas com os benefícios da Previdência Social. Assim, a Previdência Complementar se transforma em um instrumento importante de formação de patrimônio no longo prazo e, com isso, de preservação da qualidade de vida das pessoas na aposentadoria.

Não se trata, portanto, de melhorar o que se tem, mas sim de garantir a sua preservação! Afinal, queira ou não, em algum momento da sua vida você não irá mais trabalhar, ou pelo menos não nos mesmos moldes em que está acostumado, de forma que a sua renda com trabalho deve cair após a aposentadoria. É, portanto, através do investimento de longo prazo, ou da contratação de Previdência Complementar, que as pessoas conseguem recuperar parte desta renda perdida.

Consumo presente vs. consumo futuro
Aqui é importante lembrar que o ato de poupar significa adiar o `consumo presente`, com o objetivo de garantir `consumo futuro`. Porém, como ninguém poupa integralmente a sua renda, mas sim uma parcela dela, é preciso fazer com que a quantia poupada cresça ao longo do tempo, de forma a preservar o padrão de vida na aposentadoria.

Vejamos o caso de uma pessoa que tem uma renda mensal de R$ 3 mil, e que poupa R$ 300 por mês. Na prática, isso significa que está fazendo uma renúncia parcial (em relação ao seu potencial de consumo), mas que, ao se aposentar, a pretende ter acumulado o suficiente para garantir uma renda mensal de R$ 3 mil nessa fase de sua vida.

O padrão de vida futuro desta pessoa será fruto dos recursos acumulados no decorrer da sua vida ativa, o que, por sua vez, depende do prazo de acumulação, do retorno obtido com a aplicação dos recursos poupados e da quantia poupada, sendo que a quantia poupada reflete a renúncia parcial ao consumo que efetuou ao longo da sua vida ativa. Afinal, ninguém deve poupar integralmente a sua renda!

Qual o diferencial da Previdência?
Fica fácil entender, portanto, que quanto maior a renúncia e o prazo de acumulação, maiores as reservas acumuladas e o padrão de vida futuro. Mas, qual o diferencial da Previdência neste processo de planejamento futuro?

Ainda que seja possível acumular reservas através de outras formas de investimento, quando o foco é o longo prazo, o próprio perfil dos produtos de Previdência acaba ajudando no alcance destas metas. O conceito de contribuições periódicas, por exemplo, ajuda na criação do hábito de poupar, pois exige que periodicamente esta pessoa direcione parte de sua renda para poupança.

Outro fator importante é, sem dúvida, o tratamento fiscal. Como na Previdência não se recolhe impostos durante a fase de acumulação, na prática isso permite que os valores poupados cresçam mais rapidamente do que se houvesse recolhimento na fonte. Mas não é apenas o conceito de diferimento fiscal que incentiva o investimento no longo prazo; a adoção de alíquotas decrescentes prevista na nova legislação também favorece esse tipo de postura.

Importância da expectativa de vida
Não bastassem estes fatores, ao contratar um plano de previdência você tem a opção de definir o recebimento dos valores acumulados na forma de uma renda, sendo que esta renda é calculada não apenas com base no que foi acumulado, mas também na sua expectativa de vida. O fato de levar a expectativa de vida em consideração é importante, pois define um padrão de renda mensal em linha com o seu perfil.

Isso é importante, pois força o indivíduo a planejar os seus gastos na aposentadoria, ou seja, ajuda no planejamento após a aposentadoria. Não são raros os casos de pessoas que, tendo optado por investir sozinhas, acabam efetuando retiradas excessivas nos primeiros anos de aposentadoria, o que compromete o padrão de consumo dos últimos anos de aposentadoria.

Além disso, a contratação de um plano de Previdência Complementar força as pessoas a refletirem sobre aspectos importantes do seu futuro como, por exemplo, a data de aposentadoria. Somente quando consegue entender o impacto do prazo, e da renuncia ao consumo (ou seja, do valor das contribuições) no benefício futuro que irá receber é que as pessoas efetivamente começam a planejar o seu futuro.

Nesse sentido, o papel da Previdência Complementar no planejamento futuro das pessoas não tem paralelo.